quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ícones Negros: pra gente se orgulhar



A maioria dos heróis e heroínas que povoam o nosso imagimário são brancos, pra resgatar a nossa auto-estima e a nosa identidade, precisamos conhecer e valorizar as negras e os negros que fizeram a nossa história. Pra começar um bahiano...
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.
Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889 dizia não ter aprendido a
Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.
"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (...). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."
Foi na atividade do ensino da
Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.
Em 1941, fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no
Largo do Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um restaurante do Senai.
Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no
Senegal, e foi um dos destaques do evento. Contra a violência, o Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. Em 1965, publicou o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta do jogo.
Entre seus alunos estão Mestres como João Grande, João Pequeno, Curió, Bola Sete (Presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola ganhou notoriedade com o tempo, frequentada por personalidades como
Jorge Amado, Mário Cravo e Carybé, cantada por Caetano Veloso no disco Transa (1972). Apesar da fama, o "velho Mestre" terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos, que o deixaram cego e indefeso. Morreu aos 93 anos.
Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nos capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo. "Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:
"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."


Fonte: Wikipédia

6 comentários:

  1. perfeito para o meu trabalho escolar!

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  2. Porque ele é o maior. Disse a um aluno: Por que vai perder tempo empinando arraia? Venha em minha casa que eu vou lhe ensinar uma coisa de muita valia. Em 1941 ele fundou a primeira escola de capoeira Angola (CECA), Pelourinho, na Bahia.

    Aguinaldo 1C

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  3. Mestre Pastinha foi o primeiro homem a fundar uma escola de capoeira o que foi um incentivo para todos, pois hoje em dia tem muitas outras escolas de capoeira e em homenagem a ele o objetivo é tornar a capoeira oficial dos jogos olímpicos.

    Diego 2B

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  4. Mestre Pastinha, um herói da capoeira. Um grande homem negro que sempre estava atrás do seu objetivo e que teve uma grande história de vida ao manter viva a tradiçaõ da capoeira angola.
    Nós negros não devemos ter vergonha e sim ter orgulho da nossa cultura.
    Mônica 2B

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  5. Um grande herói para todos nós. Não é lembrado como deveria. Sua história de vida é muito importante e contribui para que tomemos consciência e valorizemos cada dia mais nossa raça e nossa cultura.
    Luciane 2B

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  6. Mestre Pastinha foi um grande mestre e um grande homem. Sua história de vida é uma lição para todos. Ele passou por muitas barreiras em sua vida, mas nunca desistiu de seus objetivos. Pena que não seja lembrado por toda a sociedade. Como Mestre Pastinha devemos assumir nossa raça e nossa cultura, pois nascemos e crescemos dentro dela,(mas algumas ou várias pessoas não gostam de assumir). Por isso devemos rsgatar nossa auto-estima e a nossa identidade.
    Daniela 2B

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